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Panfleteiro – por Lênio Carneiro Jr.

O medo de representar essas pessoas a quem entrego os panfletos é paralelo ao medo de nunca chegar lá. fazer campanha não é fácil. ainda mais em Brasília, onde quase ninguém anda, só se locomove. Pelo menos na UnB, casa, as pessoas me olham no olho quando pegam o santinho. Digo sou candidato e também estudei aqui. Minha campanha, me orgulho de ser feita no boca a boca.
De pessoas reais para pessoas reais.
O medo de representar é ser eleito e me tornar apenas símbolo. Perder a
etiqueta de pessoa real. O título de primeiro deputado distrital assumidamente gay é forte — amedrontador, até. Mas é bonito. crucial. Na cadeira da câmara legislativa, representar pela metade ou só quando convém não é opção. Se for pra servir feijão com garfo, melhor nem servir. O que é do feijão sem o caldinho? pro brasileiro, nada. Pro meu eleitor, tão brasileiro quanto brasiliense, ser representado pela metade também não vale. Se um dia eu chegar lá, que eu não me satisfaça. Que eu faça do rótulo o menos confortável possível e seja gládio e não escudo nas lutas a serem travadas. Já o medo de nunca chegar lá é ser só o adesivo apodrecido no poste da 402 norte.