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Pequeno discurso em sua homenagem, por ocasião da outorga do Título – Por Vivane Resende

Boa tarde a todas, boa tarde a todos.


Cumprimento nossa Magnífica Reitora reeleita, profa. Márcia Abrahão, a profa. Eva Faleiros, oradora nesta cerimônia, a homenageada de hoje, profa. Maria Lucia Pinto Leal, a nossa querida Baiana do CEAM, e em seu nome toda a comitiva que a acompanha nesta cerimônia. Cumprimento também toda a comunidade do CEAM, que hoje mais uma vez tem oportunidade de vibrar orgulhosa com Lúcia. Emérita! E nossa comunidade bem sabe como merece!


Maria Lúcia Pinto Leal, aos 14 anos, menina, viu-se na cidade recente, como
que ainda em construção. Encantada “pelas retas curvilíneas”, paradoxos de “viagem concreta” daquela capital – como ela mesma nos conta em alguns de seus próprios versos naquele poema em homenagem aos 50 anos de Brasília – e já se vão mais dez. Como corre o tempo!


A cidade entrelaçou as lutas de Maria Lúcia, as acadêmicas e as sociais. Crianças e adolescentes, exploração sexual, tráfico de pessoas, movimentos – eis os temas que lhe brilham os olhos e lhe fazem ferver o sangue. Em Lúcia, a atuação acadêmica nunca se apartou da militância que a move no mundo. Veio reconhecimento por sua disposição para agir.


Em 1995, cofundadora do CECRIA – Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes. E não para, move-se em atenta atividade. Luta e poesia, dor e canção guiam seus passos firmes – entre a política e o sarau – professora, pesquisadora, gestora, cineasta, poeta. Acadêmica brilhante, criativa e talentosa. É dura a caminhada, e a universidade se converte no palco de sua ação.


Depois, coordenadora do Núcleo de Estudos da Infância e da Juventude (NEIJ), do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares, o CEAM. Neste Centro, ocupou o cargo de Diretora entre 2016 e 2019, e as marcas da sua presença são visíveis a quem quer que tenha a memória para comparar. Sua gestão já foi referida como “refundação”, tamanha a revolução que causou. Pudera, Lúcia é assim: revolucionária. Onde há o que fazer, arregaça mangas, busca parcerias e diz: vamos! E, orgulhosa, repara a obra, mede os avanços, destaca as vitórias. Orgulhosa, sim, como não?


Agora ouviu o chamado do mar, e segue sua luta em outras quebradas. Vai
arregaçar mangas na luta de pescadores, vai somar com Pier, de jangada nova, amarela. E a Baiana nesta Brasília, nesta Universidade de Brasília, deixa saudades. Mas vira e mexe lhe chega daqui um pedido de conselho, uma pergunta: como faço? Lúcia generosa atende, escuta, responde. Vá por aqui. Faça.


Gratidão, querida professora, por ser força e inspiração