Homenagem a Fábio Félix – por Yara Martinelli
Representante da perifa,
Responsa.
Morar em Brasília na toca da onça,
onde a dança das peças remove a esperança.
Tabuleiro, Xadrez
só acaba lá quem nunca teve vez.
À periferia, o que é que sobra?
Sem mobilidade, acesso bloqueado.
Para um jovem gay e negro,
tudo isso vem dobrado.
Assistente social,
trabalho socioeducativo.
Acreditando na luta,
Democratizando dos livros.
Crianças e adolescentes,
adultos em vulnerabilidade,
foi formando cidadãos que encontrou
Necessidade.
Pela causa LGBTQI+ Quebrada queer.
As monas sabem o que se passa
com seu direito de ir e vir.
É violência constante, é guerra em curso.
Silêncio só pra quem naturaliza o injusto.
Luta diária.
Pra quem vive o pesadelo, não tem feriado.
E é só sonhando que se passa o recado.
Criar novas realidades
Só com quem corre de verdade.
É força pura, cara a tapa,
luta dura, bacu da bura.
Todas as barreiras foram postas, mas
com muitas mãos se construiu uma resposta:
deputado distrital, pela justiça social,
contra toda desigualdade e racismo estrutural.
Em meio aos homens brancos,
seus ternos e apoio dos bancos,
vai fazendo resistência.
A causa como ciência.
Transformando estruturas de dentro,
botando em pauta as causas
dos que foram silenciados.
É a esperança na mudança
que impulsiona o seu legado.
E que venham muitas histórias de amor e transformação.
Quebrada queer representada é esperança
Em construção.