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Carta de um amigo – por Geniberto Paiva Campos

Conheci Isaac Roitman no início da década de 1970.


Éramos, então, professores da Universidade de Brasília, Isaac na Microbiologia.


Eu atuava nas Ciências da Saúde. O novo nome do Ensino Médico.


Morávamos na Velha Colina – Campus da UnB – residência de professores.


Era casado com Celina, sua companheira de todas as horas.


Isaac é dessas pessoas que, ao nos conhecermos, logo nos tornamos amigos.
(Como dizia o poeta Vinicius: “amigo a gente não FAZ, a gente RECONHECE.”)


Acreditem, o Isaac foi um bom jogador de tênis – nosso grupo frequentava o Minas Brasília Tênis Clube, logo ali, vizinho ao Campus. O professor Paulo Saraiva, da Neurofisiologia da UnB, era nosso entusiasmado parceiro. Uma amiga irreverente, cheia
de humor, dizia que o excesso de peso do professor Isaac, “era ilusão de ótica”. Nada mais.


Uma característica marcante do Isaac é a sua compreensão do mundo e sua imensa tolerância com pessoas e suas diferenças, sociais, políticas e ideológicas. É, portanto,
um semeador de amizades sinceras e duradouras.


Sua longa carreira acadêmica, a qual se dedicou em tempo integral e de forma exclusiva, foi brilhante.


Sendo a Educação seu foco prioritário e duradouro, que permanece intacto ainda
hoje.


Em 1995, às vésperas da aposentadoria, aceitou o convite do Darcy Ribeiro, fundador da UnB, para integrar o corpo diretivo da Universidade do Norte Fluminense. Na qual atuou como Diretor Do Centro de Biociências e Biotecnologia.


De 1997 a 2002 trabalhou na Universidade de Mogi das Cruzes (SP), sendo diretor de Pós-Graduação e Pesquisa; Pró-Reitor Acadêmico e Reitor.


Em 2002 retornou a Brasília, quando soube da vinda da sua neta Sofia.


Surfou em vários segmentos do Governo Federal: MEC (Diretor de Avaliação da CAPES); MCT(Assessor da Presidência do CNPq e Chefe do Departamento de Políticas da Secretaria de Políticas, Programas de Pesquisa e Desenvolvimento; Governo do DF (Subsecretaria de Políticas da Secretariada Criança).


Inquieto, como sempre, retornou à UnB, onde foi cofundador do Núcleo de Estudos
do Futuro do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (2012).


Recebeu o título honroso (e muito merecido) de Professor Emérito da UnB.


Incansável, o emérito professor Isaac, assumindo a sua permanente preocupação com os caminhos futuros da Humanidade, agora expresso no seu engajamento na organização criada pelo seu amigo Ulisses Riedel, emérito advogado trabalhista do DF, cuja denominação, UNIÃO PLANETÁRIA, define claramente seus relevantes propósitos.


Em 2015, Isaac, o infatigável, assumiu a coordenação do movimento – inicialmente denominado “2022 – O BRASIL QUE QUEREMOS” – ano em que o país completará 200 anos de Independência. Data depois, corrigida para 2030 (ainda muito otimista???). E, agora, com a nova denominação: “2022/2030 – O BRASIL E O MUNDO QUE QUEREMOS”.


A inquietude e o desejo de mudanças que asseguram a jovialidade do professor Isaac, é uma característica do outrora chamado “grupo da terceira idade”. Hoje, os “novos adolescentes”. Segundo alguns estudiosos, trata-se de um grupo de pessoas que não somente se recusa a envelhecer, como se engaja, naturalmente, em grupos de atuação, objetivando mudanças em áreas bem definidas e resistentes a reformas. A Educação é uma dessas áreas intocáveis.


Nada mais definidor das expectativas e crenças futuras do professor Isaac Roitman. Querido amigo, que faz parte de uma estirpe de gente que nasceu com a imortal esperança de mudar o mundo. PARA MELHOR. SEMPRE! Boa sorte, Isaac. Saiba que você não está sozinho…


Geniberto Paiva Campos