CEI – Centro de Encantamento Interior – por Vânia dos Reis Sousa
Mesmo eu sendo goiana
Na cidade nordestina,
Vou me apresentar a vocês
Usando um pouco de rima.
Quando a Ceilândia cheguei,
Ela tinha há pouco nascido.
Nas suas ruas de terra,
Desde muito cedo lido.
Essa cidade faceira
Enfeitiça meu coração.
Vendo suas dificuldades,
Me coloquei em missão:
“Como pode tanta gente
As letras não conhecer?”
Foi quando me encontrei
Com mais gente incomodada:
“Essa dificuldade
Deve ser superada!”
Com as colegas normalistas
E estudantes da UNB
Juntamos nossas vontades
Para a diferença fazer
Em 89, num projeto me encontrei
Pensando que acabaria,
Isso eu não suportei!
e por isso a Cepafre com carinho abracei.
Acredito que professora
Nunca para de estudar
E aos 36 anos, lá vou eu me formar.
Agora sou filósofa,
Mas, nisto, não vou parar
E em 2005 – Mestra de se orgulhar!
Só que a luta não se esquece
E enquanto a Ceilândia cresce
Outras necessidades
Virão nos cutucar.
A cidade que pensada
Era para erradicar
Invasões em suas terras
Também estão a pipocar.
Não quero Universidade
Que nos veja de longe
Para viajar pra lá,
Só com paciência de monge!
Mas a luta não parou
UNB chegou em Ceilândia
Ainda há o que fazer
Para incluir na ciranda:
Ciranda que roda a vida,
Ciranda que na Ceilândia não para
Ciranda da minha vida
Ciranda da minha história
Dizem que sou referência
Na arte de ensinar,
Dos movimentos populares,
Do cinema apoiar!
Mas uma grande alegria
Que um coração pode ter
É quando o mestre Paulo Freire,
No livro, cita você!
Só que nessa vida
Não se constrói com a lida
Aquele que uma ponte
Com o outro não quer formar!
Como viram minha história,
Também é cheia de amores!
Por isso digo: “Prazer,
Eu sou Madalena Torres!